sexta-feira, 27 de março de 2015

Misturas

Com o passar do anos fui-me tornando mais vaidoso e mais cuidadoso com os pormenores. Não gosto de copiar, não gosto que me copiem. Gosto de me inspirar e de inspirar. Sempre gostei de espreitar as tendências e de algumas misturas e apesar de não me considerar Casual, gosto de muitos apontamentos que este movimento utiliza e tento conciliar um pouco dos dois lados.

A verdadeira vertente Casual é muito clássica. Parece mesmo que mais clássico for mais “verdadeiro” és.  Se formos a ver as cenas mais modernas são reedições de prendas do passado. Existe um certo revivalismo no movimento que, para mim, torna-o aborrecido. Exemplos:

parka estilo Barbour, pullover com decote em V, camisa aos quadrados, calça straight e sapatilha adidas Gazelle;
Outro exemplo: Trench coat, casaco sweatshirt, tshirt oversize, calças slim e adidas ZX Flux;

Acho que é bastante ilustrativo aquilo que escrevi mais acima. Uma vertente mais clássica e uma vertente mais vanguardista. Penso que a idade da pessoa também têm muito peso naquilo que se veste e por isso vestir é uma arte, para não se cair no ridículo. Quanto mais velhos formos, mais as nossas escolhas vão recair sobre artigos clássicos, sendo que enquanto mais novos temos menos medo de arriscar.

Gosto de arriscar, gosto de vestir um casaco Stone Island e não ter nada a ver com Casual. Gosto de misturar umas calças rotas com uma camisa Sacoor e não deixar de ser clássico.  

E vocês como é que é?

quinta-feira, 26 de março de 2015

K-Way e não só

A K-Way voltou ao passado e lançou “1990 Remake”. Os casacos impermeáveis são uma reedição de modelos colocados no mercados no verão de 1990. Com cores sugestivas e com as técnicas da K-Way (nylon impermeável Pac-a-Macs), são uma aposta da marca francesa para esta nova temporada.

Com Zip completo ou a meio, estes casacos têm a facilidade de se transformarem num pequeno “embrulho” quando para de chover. Com a K-Way lhes chama: Pocket-your-Parka

Um clássico moderno, muito utilizado na…itália. É verdade. Fiquei admirado com a quantidade de italianos que vi a usarem K-Way, não numa vertente leve, mas sim em casacos de inverno forrado com penas.

A par da Stone Island, a K-Way e a North Face são as marcas mais utilizados pelos transalpinos.








domingo, 22 de março de 2015

Fôrmas

Todos nós já tivémos aquela dor por estar a usar uns ténis pela primeira vez, certo? O uso de uma fôrma é a solução mais adequada para esse tipo de situações. Para além de alargarem  qb, as fôrmas ajudam a que as sapatilhas não se deformem e não ganhem vincos. 





As melhoras fôrmas são as de madeira, mas também as mais caras. As de plástico são mais em conta e em ambos os materiais há que ter em conta dois aspetos: o tamanho e o cabo redondo na ponta.

O tamanho (conta sempre, lol), torna-se importante para o objetivo que pretandemos. 

Se a intenção é manter os ténis com a forma inicial, as fôrmas devem ser do tamanho do nosso pé, se, por outro lado, o objectivo é alargá-los então deve-se ir para um ou dois número acima do nosso calçado. Ou então usar umas de madeira bifurcadas que são um tipo de dois em um.



O cabo redondo ajuda a manter a parte interior da sapatilha intacto, os que têm outras formas geométricas geralmente desgastam o forro interior da sapatilha.

Hoje em dia não dispenso as minhas fôrmas.



sábado, 14 de março de 2015

Jornalismo...


Todos os dias de manhã, enquanto tomo o pequeno almoço, passo os olhos pelas primeiras páginas dos jornais e na passada quinta-feira isso não foi excepção. No entanto houve algo que me passou ao lado. "O lado negro das claques" como o Record o chamou. 

Fiquei a saber desse artigo por uma SMS que recebi:


Até me assustei, pensei que tivesse acontecido algo de grave, mas não, era apenas uma viagem ao passado com pinceladas sobre o que aconteceu recentemente no covil do leão. 


A reportagem, penso para quem leu terá a mesma opinião que eu, não trouxe rigorosamente nada de novo a tudo aquilo que já se sabia. Um oportunismo.
As recentes detenções em Alvalade serviram de pretexto para uma reportagem de quatro páginas (duas delas dedicadas a uma claque do Benfica) que no caso dos grupos vermelhos e dos de lá de cima, foi apenas e só copy past do que já se tinha  escrito muitas vezes.



Causa-me alguma curiosidade como é que um "agente desportivo" como é o Record fazer tanta campanha contra as claques, legalizadas ou não. Se formos a ver é o reflexo na nossa sociedade. Mafiosos, bandidos, ladrões, há em todo o lado, agora não podemos generalizar e concluir que são todos da mesma estirpe por fazerem parte de uma claque. Num jornal mau, nem todos são jornalistas medíocres. Enfim.

Não sou advogado de ninguém, mas gostava de ver jogos da Académica, Braga, Estoril ou Belenenses sem os seus bandidos. Quem é que fazia barulho? Os jornalistas. 

Fico a aguardar pelo "lado bom das claques".





Stand Smith?

E é este gajo embaixador da adidas...epá por favor.


sexta-feira, 13 de março de 2015

Clarks e Equipment

 

Este é daquilo tipo de calçado que não me vejo a utilizar, mas...

Clarks Wallabes foi um sapato muito utilizado na década 70', antes do boom dos sneakers. É um clássico que, como podemos ver, está de volta, e Portugal, estranhamente está na rota do regresso. 
Totalmente em camurça com sola de borracha muito maleável. Lembram-se dos Bata...Há venda na TAF Premium CCColombo.

Outra surpresa foi descobrir que os Adidas Equipment chegaram ao nosso país. Numa altura em que se sofre uma overdose de ZX Flux, consegui ver um clássico dos anos 90'. Foi dos primeiros ténis que tive quando era puto e só me lembro que eram brancos e azuis. 
 
Desde o final do ano passado que a Adidas decidiu relançar este modelo. Relembro que os Equipment Guindance não são da Originals, fazem parte de uma linha mais desportiva que se chama exatamente Equipment.

Pela net vi cores incríveis e fixei uns e, não é que os encontrei. Simplesmente fantásticos. Mistura de pele com camurça, escuros com sola branca, mas tiveram de ficar na prateleira á espera que a carteira engorde.





domingo, 8 de março de 2015

Wade Smith Shoes


Robert Wade-Smith foi um visionário que revolucionou a moda no Reino Unido no final da década de 70' início de 80'. Em 1977 trabalhava numa empresa que de chamava Peter Black Footwear, mas Robert queria o seu próprio negócio. Numa viagem à Alemanha para reabastecimento de ténis da adidas, viu uns que mudaram a sua vida: Forest Hills brancos com as listas amarelas. No entanto a empresa para qual trabalhava não achou o modelo nada de especial e não os levou para Liverpool, cidade Natal de Robert. 

Em 1982 decidiu abrir o seu próprio negócio e fundou a Wade-Smith LD. Contatou a adidas e disse quem queria 200 pares, responderam que sim, mas teria que ser pago em cash e que não faziam o transporte. Robert pegou na sua van e foi até Berlin...

Em dezembro de 1982 abriu na Slater Street em Liverpool a Wade Smith Shoes, com 250 pares de ténis. Duzentos da adidas e o resto entre a Nike e a Puma. No final de um ano tinha vendido 110 mil pares de sapatilhas. 


Era a única loja no Reino Unido que vendia modelos nunca antes vistos e por isso as equipas que iam jogar contra o Liverpool ou o Everton, viam muitos dos seus adeptos irem um dia antes do jogo, não para invadirem o pub adversário, mas sim para poderem fazer compras na Wade Smith.

A meio dos anos 90', a JD Group (lojas JD e Size?) entrou em força e o pequeno grande negócio entrou em declínio. A saída de cena do movimento Casual também acelerou aquilo que em 2005 veio a acontecer, o fecho da loja. Robert tem agora uma linha de roupa com o seu próprio nome e continua no business.


sábado, 7 de março de 2015

Adidas não, Fred Perry sim

Desilusão. Três pisos, num deles metade destinado à Originals. Fraquinho fraquinho. Há mais modelos em lojas multimarcas do que na própria adidas. A loja fica em plena baixa, mais propriamente no final da Rua Augusta, para quem vem do Rossio, ou no início para quem entra pelo Terreiro do Paço.

Aproveitando o bom tempo dei uma espreitadela à Fred Perry um pouco mais ao lado. Excelente loja, muitos modelos e coisas diferentes. Para quem gosta da marca vale a pena.

Lá vai Lisboa!




terça-feira, 3 de março de 2015

Napapijri

Napapijri começou por ser uma mala de viagens, mas depressa alargou os seus horizontes.  Criada em 1987 em Aosta, Itália foi pensada pata utilizadores dos Alpes e para a confortabilidade dos praticantes de Ski.

Curioso ver como a Napapijri passou da neve para as bancadas. Um pouco à imagem da North Face estas marcas nada tinham a ver com a bola, mas a sua massiva utilização em países nórdicos fez com que se tornassem marcas de futebol.

Mais low profile a Napapijri tem nos seus anoraks o ex-libris da marca. Pessoalmente não é uma marca que esteja nas minhas coagitações, mas já tive com algumas peças na mão e uma coisa é certa, por cem euros não se apanha nem chuva nem frio.

  Por incrível que pareça, a primeira vez que vi esta marca foi na novela Morangos com Açucar.










domingo, 1 de março de 2015

Liverpool X Manchester City

Zulu Warriors

Birmingham é a segunda cidade mais populosa de Inglaterra. Situada a norte de Londres é caracterizada pela sua diversidade populacional.

Esta cidade industrial é o berço de duas equipas com algum peso na história do holiganismo britânico. Birmingham City Football Club e Aston Villa Football Club.

Os blues, como são conhecidos os adeptos do Birmingham, inovaram no capítulo da violência ao serem os primeiros a ter uma firm multicultural. Zulus ou Zulu é como se chama a ainda ativa frente de combate dos brummies. Zulus é um nome de um povo que habitava no sul de África ao qual os blues adoptaram, visto terem muitos ascendentes africanos nas suas fileiras.

Antes dos Zulus havia uma pequena firm que se chamava Apex, mas pouco se sabe sobre ela. Em finais dos anos 80' eclodiu a violência em Birmingham. Num jogo com o Leeds no St Andrews (casa dos brummies), os adeptos forasteiros invadiram o campo e correram até à bancada oposta onde se encontravam os jovens dos blues. A resposta não se fez esperar acompanhada do cântico "Zulus, Zulus, Zulus". A força desconhecida vinha de jovens de vários bairros de Birmingham que depois de expulsarem os Whites do pitch, ficaram a lutar com a polícia.  Este episódio catapultou-os.

Históricamente os adeptos do rival Aston Villa são de zonas mais ricas e longe da cidade, ao contrário dos blues que são das zonas obreiras e, principlamente, vindos dos bairros do centro da cidade. Um pouco como em todo mundo há sempre um clube do povo e outro da nobreza, mas partilham a mesma cidade.

A sua diversidade criou muitos inimigos, alguns fora do mundo futebolístico. O National Front, foi um dos arqui-rivais dos Zulus, que encontravam nos vizinhos Villa Hardcore uma forma de combater os muçulmanos e negros que compunham os Zulus. Curioso é que nos Villa Hardcore também havia negros.

A forma de atuar era extremamente violenta e por vezes na ânsia de atacar o inimigo atingiam adeptos do próprio Clube, factos que levaram a uma reunião entre os top boys e os responsáveis do BCFC. No entanto o modo de atuar não se alterou e os Zulus foram alvo de várias buscas e banning sentences  por parte da polícia.

Em 2001, tal como muitas outras firms, foram apanhadas na operação Red Card que "tirou" de cena todos os top boys o que fez com que a cena fosse um pouco abaixo, mas firms mais novas como Brew Crew e Junior Business Boys mantiveram a atividade nos jogos do BCFC.

Como não podia deixar de ser os seus grandes rivais são os villains, mas as também tiveram fortes confrontos com Leeds, Millwall, Cardiff, Stoke e Man. United.

Em setembro de 2002 deu-se o maior confronto dos últimos 16 anos entre os Zulus e os Villa Hardcore. Rocky Lane Batle, foi como ficou conhecido o enfrentamento. Numa luta combinada via telefone, estima-se que estariam 100 hools de cada lado e a polícia já o sabia. Com uma câmara a gravar, a old bill deixou que a batalha se desenrolasse enquanto ia identificando os elementos de cada firm. Passado um ano foram presos quase cem homens.

Um livro que retrata muito bem a história dos Zulus, é o de Caroline Gall que tem testemunhos dos old top boys e da nova geração. Recomendo.