O ilustrador e designer gráfico britânico Chris Anderson criou réplicas de alguns modelos que serão lançados em 2014 pela adidas. Cada modelo foi feito em escala real e foi primorosamente trabalhada com 100% papelão ondulado reciclado. Superstar, ZX700, zx8000, Campus e até mesmo os clássicos Stan Smith fora reproduzidos pelo artista.
Vestir grandes marcas não é sinónimo de ter estilo. As marcas ajudam à construção de um look, mas o estilo não vem com as marcas, vem com a pessoa. Já escrevi algures no tempo, que o grande desafio do pessoal aqui na tuga (pelo menos para a maioria que não tem tantos € para gastar) é tentar manter um padrão com o budget mais reduzido e procurando labels desconhecidas, mas com qualidade e com estilo, um meio termo entra a cena italiana e a cena inglesa.
Fazendo um paralelismo entre o estilo britânico e o estilo italiano, podemos ver como as mesmas marcas podem ser usadas de forma diferente, não perdendo a identidade, mas com um estilo completamente distinto.
Os ingleses não se preocupam tanto com a conjugação de cores e muito menos com fit como os transalpinos. O britânico prefere ter tudo mais à larga o que nos dias de hoje não cola, do outro lado, vemos uma preocupação com slim fit. Atenção que slim fit não quer dizer que uma pessoa que vista o L tenha que vestir o XS. Em vez de oversize preferem uma calça mais slim, uma camisa cintada ou um casaco mais justo.
Historicamente o homem latino sempre se preocupou mais com o culto do corpo e do visual do que o homem anglo-saxónico e acho que isso também influencia na hora de vestir. Por isso é que no nosso imaginário quando falamos em ingleses pensamos em gordos e quando se fala em italianos pensamos em gajos altos e bem vestidos. Hoje em dia as coisas estão a mudar, mas se transportarmos este pensamento para o mundo da bola associamos Inglaterra a hooligans/Casuals e Itália a ultras.
É engraçado ver que no inicio os ingleses inspiravam-se nas marcas italianas para criarem o seu estilo e passados alguns anos, os italianos copiaram o estilo dos ingleses. Mas como um leitor do blog comentou, existe sempre um pormenor que fez a diferença. E os italianos têm isso. Não estou com isto a querer dizer que o estilo inglês é mau ou feio mas, pessoalmente, gosto mais do italiano, talvez pela cultura latina.
Como já referi acima, o pormenor que mais me salta mais à vista é o fit, mas pormenores como uma malha à cintura, ou as luvas de cabedal, ou os óculos da ray-ban debaixo de um chapéu (adoro chapéus), são pequenos pontos que tornam o outfit pessoal ou original. E com esta descrição, parece que estou a falar de um capo ultra e se calhar, por muito que queiram, os italianos nunca serão considerados Casuals. Um bom exemplo disso é o vídeo dos Irriducibili em Madrid, onde se pode ver Stone Island, Aquascutum, K-Way entre outras, mas não deixam de ser ultras.
Dois mundos que bebem informação um do outro, mas cada qual com o seu estilo. Duas escolas completamente diferentes, mas com o objetivo de vestir bem em comum. Enfim, duas realidades, dois estilos, duas fontes de inspiração.
Quando se juntam milhares de cristais sobre uma base de poliéster com agentes enriquecidos de cor e de alta saturação, obtem-se o Reflex Mat.
Este é o novo casaco no mercado da Stone Island que se destaca pelas suas características refletivas. Com estas componentes específicas , o casaco reflete em ambientes mais escuros. Esta experiencia tem um preço estimado de 800€.
Voltei às entrevistas. Desta vez a um jovem sevilhano que entre outras coisas diz que Espanha e Portugal estão a um nível muito próximo…pensam que há, mas não há. No final pedi ao A. Para falar do derby de Sevilha e explicação é tão apaixonada que decidi não traduzir. Derby é derby.
Gracias A.
Porque seguiste a cultura Casual?
Desde sempre que gosto demarcas a e de roupa e quando comecei a seguir o mundo das gradas, gostei do estilo que tinham e decidi seguir essa cultura, mas adaptada ao meu bolso.
Em Espanha as curvas estão muito politizadas. As firms de esquerda são todas amigas? E as de direita?
No geral sim, mas há algumas exceções.
Neste momento SGS (Bétis) y Frente Bokerón (Málaga) dão-se muito mal e até pouco tempo os US (Real Madrid) e FA (Atl. Madrid) também se davam muito mal, mas ultimamente nem sei o que dizer…
O que pensas do panorama casual en Espanha?
Comparado a outras ligas é muito deficiente, não há grupos de Casuals, o que há são pessoas isoladas que gostam do estilo. Penso que a falta de lojas físicas e a crise não favorecem ao desenvolvimento do casualismo.
Quais são os clubes quem têm a cena mais vincada?
Bukaneros (Rayo), Biris Norte (Sevilha), US (Real Madrid), Riazor Blues (Corunha) y Frente Atletico (At.Madrid.). Herri Norte (Atl. Bilbao) fazem umas deslocações muito curiosas.
Gran Bretaña continua a ser a grande inspiração?
Totalmente, mas fico a pensar como é que um puto de 12 anos tem tantos casacos Stone Island, CP, Barbour... ou poupam muito, ou lá essas marcas são oferecidas…
Marcas preferidas?
Tenho um outfit para essas marcas: chapéu Paul&Shark, cachecol Aquascutum, camisa Barbour, casaco CP Company, ganda Stone Island e adidas. Sou muito clássico.
Peça preferida?
Panamá.
Football Factory, Green Street, The Firm… ?
Fico pelo Football Factory, faz-me lembrar a tensão que existe vive no derby sevilhano.
Melhor viagem?
Deslocação a Xerez e a Corunha…. Gostava ver un Lazio-SFC
Blogs que segues?
UQDE, IzquierdaCasual e CasualDifferentClass
Um livro?
Bloody casuals
Um filme?
Football Factory e Awaydays
O que conheces de Portugal?
De Portugal só conheço aos Ultras do Benfica e do oporto, do casualismo pelo que sei está a um nível parecido ao de Espanha.
Uma história?
-Quando fui a Corunha tentei colar-rme à curva dos Riazor Blues mas ACAB apanhou-me e disse-me que ou saia dali ou levava 30.000€ de multa, comecei a ver a repressão que existe em Espanha.
O derby
El derby sevillano es muy especial y creo que único, el derby de verdad se vive los 365 dias del año, no hay cosa mas sevillana que una discusión entre un sevillista y un betico, siempre esta el "cachondeo" y aprovechamos la minima para reirnos del vecino pero desde el respeto, yo personalmente me considero antibetico, les deseo todos los males deportivos que existan menos el de desaparecer. En grada el derby suele ser bonito. Para entender el derby hay que vivirlo. Respecto a los Ultras prefiero no opinar.
