terça-feira, 26 de novembro de 2013

Uma questão de estilo

Vestir grandes marcas não é sinónimo de ter estilo. As marcas ajudam à construção de um look, mas o estilo não vem com as marcas, vem com a pessoa. Já escrevi algures no tempo, que o grande desafio do pessoal aqui na tuga (pelo menos para a maioria que não tem tantos € para gastar) é tentar manter um padrão com o budget mais reduzido e procurando labels desconhecidas, mas com qualidade e com estilo, um meio termo entra a cena italiana e a cena inglesa.

 

Fazendo um paralelismo entre o estilo britânico e o estilo italiano, podemos ver como as mesmas marcas podem ser usadas de forma diferente, não perdendo a identidade, mas com um estilo completamente distinto.



Os ingleses não se preocupam tanto com a conjugação de cores e muito menos com fit como os transalpinos. O britânico prefere ter tudo mais à larga o que nos dias de hoje não cola, do outro lado, vemos uma preocupação com slim fit. Atenção que slim fit não quer dizer que uma pessoa que vista o L tenha que vestir o XS. Em vez de oversize preferem uma calça mais slim, uma camisa cintada ou um casaco mais justo.

 

Historicamente o homem latino sempre se preocupou mais com o culto do corpo e do visual do que o homem anglo-saxónico e acho que isso também influencia na hora de vestir. Por isso é que no nosso imaginário quando falamos em ingleses pensamos em gordos e quando se fala em italianos pensamos em gajos altos e bem vestidos.  Hoje em dia as coisas estão a mudar, mas se transportarmos este pensamento para o mundo da bola associamos Inglaterra a hooligans/Casuals e Itália a ultras.

 


É engraçado ver que no inicio os ingleses inspiravam-se nas marcas italianas para criarem o seu estilo e passados alguns anos, os italianos copiaram o estilo dos ingleses. Mas como um leitor do blog comentou, existe sempre um pormenor que fez a diferença. E os italianos têm isso. Não estou com isto a querer dizer que o estilo inglês é mau ou feio mas, pessoalmente, gosto mais do italiano, talvez pela cultura latina.


 

Como já referi acima, o pormenor que mais me salta mais à vista é o fit, mas pormenores como uma malha à cintura, ou as luvas de cabedal, ou os óculos da ray-ban debaixo de um chapéu (adoro chapéus), são pequenos pontos que tornam o outfit pessoal ou original. E com esta descrição, parece que estou a falar de um capo ultra e se calhar, por muito que queiram, os italianos nunca serão considerados Casuals. Um bom exemplo disso é o vídeo dos Irriducibili em Madrid, onde se pode ver Stone Island, Aquascutum, K-Way entre outras, mas não deixam de ser ultras.

 


Dois mundos que bebem informação um do outro, mas cada qual com o seu estilo. Duas escolas completamente diferentes, mas com o objetivo de vestir bem em comum. Enfim, duas realidades, dois estilos, duas fontes de inspiração.

 

 

 

4 comentários :

  1. Revejo-me mais na postura Italiana actualmente a todos os níveis.
    ZX

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  2. Em Portugal, no geral, há pouco estilo. Em Inglaterra e Itália usam marcas sobejamente conhecidas no país e que estão disponíveis para a generalidade das pessoas em loja física.

    Cá temos pouco disso. As únicas marcas portuguesas com alguma qualidade e potencial são talvez a Sacoor ou a quebramar, de resto os centros comerciais estão invadidos pelas cadeiras espanholas que no geral não oferecem soluções dignas do movimento. Fica difícil criar um estilo à portuguesa sem recorrer ao branding internacional.

    Já agora, bom blog, dá continuidade.

    Campo Grande

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